Arquivo do mês: dezembro 2013

Sobre as de 20 e poucos

Por: Marianna Abdo

Não que eu tenha saído dessa faixa etária há tanto tempo, mas já não tenho a ousadia das meninas/mulheres de 20 a 23 anos. Pulei para a turma dos “quase 30” há quatro meses, quando completei 26 e sei que corro o risco de parecer ridícula ou deprimida ao escrever sobre as minhas quase pares.

A real é que a ousadia das nascidas nos anos 90 vinha me incomodado. Primeiro, usei todos os termos chulos do universo feminino para designá-las: vacas e biscates são meus preferidos (embora, em termos de animais propriamente ditos, eu prefira vacas a galinhas). Depois, lembrei dos meus 20 e poucos.

Enquanto hoje prefiro ser caçada (desculpem, feministas), aos 20 fui uma caçadora: deixava recados explícitos nas redes sociais, chamava para sair caras comprometidos (foi mal), pedia em namoro e dizia “eu te amo” sempre antes deles. Um dia, liguei pra atual e contei todas as vezes que ele passou na minha casa enquanto ela fazia plantão. Em detalhes. Hoje, pode até acontecer, mas eu não conto.

Aos 26, sou mais sutil. Às vezes tanto que as minhas “indiretas” soam como um bom dia de elevador. Hoje sou uma mulher inbox que nunca – ou quase – vai escrever um simples “lindo” na timeline de alguém que não está comigo.

Fiquei mais sem graça? Não sei. Prefiro pensar que hoje me jogo em piscinas que sei que estão abertas e dão pé pra mim. Nessas, desfilo de biquíni branco PP e até faço topless. Enquanto isso, visto meu maiô pretinho e tiro a canga com calma.  

 

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